sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Roma Antiga - matéria de provão - 1 H

ROMA ANTIGA




OBJETIVO: nesta lição veremos mais uma parte da história antiga. Desta vez a civilização em questão será Roma. Como eram os costumes, política , religião e a economia romana e qual influência foi deixada para as civilizações seguintes.



O MUNDO ROMANO



LOCALIZAÇÃO



Roma localiza-se na Península Itálica ou Península Apenina.é uma região de solo fértil, que é uma continuação da Europa Central, prolongada até o mar Mediterrâneo. Na Itália havia várias divisões de regiões que eram habitadas por diferentes povos. Em uma dessas regiões( Lácio), foi fundada Roma. Essa cidade se tornaria muito poderosa, ia expandir seus domínios , se tornaria um vasto Império e controlaria o mundo antigo.



ORIGEM



Roma foi fundada na região do Lácio, que era habitada pelos latinos e pelos etruscos. Os etruscos eram um povo de origem oriental que se deslocou para a Europa, chegaram na Península Itálica por volta do século VII a.C. Eles cultuavam a dança e a música.



Os latinos eram poderosos comerciantes, fabricantes de tecidos e que praticavam a pirataria. Construíram na região do Lácio várias aldeias.



Mas os etruscos tinham um espírito de expansão. Através disso, a aldeia romana foi transformada em cidade. Os etruscos foram responsáveis também pela primeira forma de governo em Roma: a monarquia.



Há também uma explicação lendária para o surgimento de Roma no cenário mundial, que foi criado por Tito Lívio e também por Virgílio, um poeta romano. Segundo a lenda ,o filho de Vênus, o príncipe Enéias, fugiu de sua cidade que havia sido destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino. Eles tiveram filhos, Rômulo e Remo. As duas crianças foram jogadas no Tibre por Amúlio, rei de Alba Longa. mas uma bondosa loba os amamentou, e eles por fim foram encontrados por camponeses. Quando cresceram voltaram ao reino de Alba Longa e denunciaram o rei Amúlio. Em seguida fundaram Roma em 753a.C. Mas surgiu desentendimentos entre os dois irmãos, e em uma luta Rômulo matou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma.



A MONARQUIA



A primeira forma de governo de Roma foi a monarquia também chamado de o período da realeza.



O rei tinha funções executivas,judicial e religiosa. Na área legislativa seus poderes eram limitados. Todas as leis apresentadas pelo rei tinham de passar pela aprovação do Senado ou Conselho dos Anciãos. O Senado era formado por cidadãos idosos(anciãos)que chefiavam as maiores famílias do Reino. Eles propunham novas leis, fiscalizavam as ações dos reis.



Uma vez a lei aprovada pelo Senado, era submetida a outro exame, a dos membros da Assembléia ou Cúria. Eram os cidadãos em condições de servir o exercito. Eles elegiam altos funcionários, aprovavam ou não as leis e aclamavam o rei.



A sociedade romana era formada basicamente por classes:



» PATRÍCIOS: cidadãos de Roma que tinham grandes propriedades de terras, gados e escravos. Tinham direitos políticos, podiam ter funções no exército, na religião, na justiça e na administração. Eram a aristocracia.



» PLEBEUS: maioria da população. Imigrantes que vieram das primeiras conquistas de Roma. Eram livres, dedicados ao comércio,artesanato e a agricultura. Não eram considerados cidadãos de Roma, então não poderiam participar de cargos públicos e nem da Assembléia Curial. Suas famílias não eram legalmente reconhecidas.



» CLIENTES: alguns eram estrangeiros e alguns plebeus que para sobreviver se associavam aos patrícios. Eles lhe prestavam diversos serviços pessoais em troca de ajuda econômica e proteção social.



» ESCRAVOS: eram os derrotados de guerras. Trabalham em serviços domésticos , agricultura, eram capatazes, artesãos, professores , etc. Eram como propriedade, seu Senhor tinha autonomia para castigá-lo, vendê-lo, alugar seus serviços e decidir sobre sua vida ou sua morte.



Roma estava progredindo, mas no Reinado de Tarquínio, os patrícios se rebelaram contra o rei, porque não apoiavam suas decisões em favor dos plebeus. Expulsaram o rei e estabeleceram a República.



São conhecidos sete reis romanos: Rômulo,Numa Pompílio,Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco( o antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio(o soberbo).



A REPÚBLICA ( 509 a.C.-27 a.C.)



Foi por água a baixo a realeza romana, no seu lugar o Senado se tornou o órgão máximo da República.



Em vez de governar um novo rei, os patrícios elegiam dois lideres que agiriam com plena autoridade sobre os assuntos civis, militares e religiosos por um ano. Esses magistrados eram :



» CÔNSUL: propunham leis, presidiam o Senado e as Assembléias.



» PRETOR: administrava a justiça.



O Senado continuava a ser ocupado pelos patrícios e a Assembléia era formada pelos cidadãos pobres, os plebeus. Era sempre feito um plebiscito entre os cônsules e a Assembléia para tomar decisões.



As divergências entre patrícios e plebeus não pararam. O início da República contribuiu para o aumento da plebe. Ela era fundamental para a formação dos exército. Mas não faziam parte da elite econômica e política de Roma. Resultado:cansaram de tanta exploração... recusaram a servir o exército, um desfalque no poder militar de Roma. Essa luta durou mais de um século até eles conseguirem privilégios. entre eles:

• os plebeus tinham agora representação através de dois TRIBUNOS DA PLEBE, poderiam cancelar quaisquer decisões do governo que de uma forma ou de outra prejudicassem a plebe.

• LEIS DAS DOZE TÁBUAS : eram para patrícios e plebeus. Dava clareza e evitavam o violamento da leis.

• LEI CANULÉIA: permitia o casamento entre patrícios e plebeus.

• ERA PROIBIDA A ESCRAVIDÃO POR DÍVIDA: alguns plebeus passavam a vida toda pagando dívida. Agora isso era proibido.

COMEÇA A EXPANSÃO ROMANA



A república romana se expandiu rápido, eles tinham domínio de toda a Península Itálica. Houve as guerras contra Cartago( cidade ao norte da África), chamadas de ‘guerras púnicas’, e houve uma grande expansão do mundo antigo. Vamos entender:



*guerras púnicas: os romanos disputavam com Cartago o controle comercial do Mediterrâneo. Cartago possuía muitas colônias na Córsega, Sardenha, Sicília e Península Ibérica. Após batalhas violentas, os romanos derrotaram Cartago.



*expansão pelo mundo antigo: os romanos prosseguiram com suas conquistas pelo território do Mediterrâneo Ocidental, que era a Península Ibérica e Gália, e pelo Mediterrâneo Oriental, que compreendia a Macedônia, Grécia e a Ásia Menor, a conquista foi total. Os romanos chamavam o Mediterrâneo de “nosso mar”.



Após isto o estilo de vida em Roma passou a ser luxuoso, requintado e exótico para alguns patrícios. Muitos plebeus empobreceram, venderam seus bens e foram para a cidade, aumentando o número de mendigos. A partir daí , a vida social ficou tensa e Roma ansiavapor mudanças e aí iniciou-se uma crise no sistema republicano.



OS IRMÃOS GRACO



Tibério e Caio Graco, vendo a situação em que Roma se encontrava propuseram reformas. Queria distribuir as terras entre os camponeses plebeus e limitar o crescimento dos latifúndios, queriam também que o trigo fosse vendido bem baratinho aos pobres.



Com tais ideais, Tibério foi assassinado e Caio suicidou-se para fugir da perseguição.



DE REPÚBLICA À IMPÉRIO



Esse período foi marcado por lutas entre o povo que não mais se submetia aos seus superiores, e lutas entre os próprios generais. Dessas guerras de generais, uniu-se Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro triunvirato( governo de três pessoas), mas acabou com a disputa pelo poder de César e Pompeu. Júlio César, tornou-se o único governante de Roma com excelente exército. Governou até sua morte em 44 a.C.



Logo estabeleceu-se o segundo triunvirato, composto por Marco Antônio, que cuidava do Oriente, Otávio, Ocidente e Lépido que cuidava dos domínios africanos.



Surgiu uma rivalidade entre Otávio e Marco Antônio , que queria formar um império no Oriente.



Otávio com o apoio dos romanos, o derrotou e tornou-se o Grande Senhor Roma.



IMPÉRIO ( 27 a.C.- 476 d.C)



Otávio acumulou poder, títulos, entre eles passou a se chamar Otávio Augusto. Isso porque Augusto significa divino, majestoso.



Seu governo ficou conhecido como o período da Pax( paz) romana.



Augusto acabou com os conflitos internos, mantinha a paz com senadores, manteve o Senado funcionando mas os senadores não mais tinham a ultima palavra, colocou exércitos nas colônias e proibia o abuso nos impostos, utilizou a política do “ pão e do circo”.Ele por meio dessa política alimentava os pobres que vagavam por Roma e os dava uma ocupação nos grandes espetáculos que ocupavam o tempo deles.



Durante o governo de Otávio nasceu Jesus Cristo , que fundou o cristianismo, que ganhou seguidores no império. Otávio Augusto morreu em 14 d. C. Após sua morte, Roma passou pelas dinastias: Júlio –Claudiana, a dos Flávios, dos Antoninos e por último a dos Severos. Todos desestruturam o governo, houve crises, imoralidade pessoal e também administrativa. Tudo piorou com Tibério que desmoralizou o governo e morreu assassinado e com Nero que perseguiu os cristãos que não o cultuavam como deus, ele chegou ao ponto de incendiar Roma.



O imperador Teodósio em 395 d.C. tentou reverter a situação e dividiu o império em dois: império romano do Oriente- cuja a capital era em Constantinopla; e império romano do Ocidente – com capital em Roma. O resultado não foi o esperado e em 476 d.C.,Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente foi derrotado pelo líder germânico Odoacro.



Era o fim do império romano.





quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Independência dos EUA - Matéria de Provão - EE Caetano MieleA colonização inglesa na América do Norte

A colonização inglesa na América do Norte

Introdução



A Inglaterra iniciou seu processo de expansão marítima no final do século XV, após a Guerra das Duas Rosas, com a ascensão da Dinastia Tudor, que deu início a formação do absolutismo e desenvolveu uma política mercantilista. No entanto, as expedições que a princípio pretendiam encontrar uma passagem para o Oriente, não tiveram resultados efetivos, seja pelos conflitos com a Espanha, ou com os povos indígenas na América do Norte.



A Inglaterra



No século XVII a Inglaterra vivia uma conjuntura favorável à colonização. O comércio havia dado origem a uma burguesia enriquecida e dotado o país de uma grande frota, pois no século anterior, principalmente do reinado de Elizabeth I, o mercantilismo havia se imposto, utilizando-se inclusive das atividades dos corsários; a Espanha, em decadência, não tinha condições de manter os territórios que julgava seus pelo Tratado de Tordesilhas. Do ponto de vista social, havia nas cidades inglesas uma grande massa de homens pobres, resultado do êxodo rural, provocado pelos "cercamentos" e outra camada de origem burguesa, porém que sofria com as perseguições religiosas. Parte desses dois grupos migraram para as colônias da América do Norte.



A Empresa Colonizadora



O início da colonização da América do norte pelos ingleses deu-se a partir da concessão real a duas empresas privadas: A Companhia de Londres, que passou a monopolizar a colonização das regiões mais ao norte, e a Companhia de Plymonth, que recebeu o monopólio dos territórios mais ao sul. Dessa maneira dizemos que a colonização foi realizada a partir da atuação da "iniciativa privada". Porém subordinadas as leis do Estado.

A primeira colônia inglesa foi a Virgínia, que nasceu a partir da fundação da cidade de Jamestown, mas a efetiva ocupação e desenvolvimento da região levaria algumas décadas, ao longo das quais foram estabelecidas outras colônias na região sul: Maryland (colônia católica, em 1632) Carolina Do Norte e Carolina do Sul (1663) e Geórgia (1733). Nessas colônias desenvolveu-se a estrutura tradicional de produção, caracterizada pelo latifúndio monocultor, voltado para a exportação segundo os interesses da metrópole, utilizando o trabalho escravo africano.

As Colônias do Norte têm sua origem na fundação da cidade de New Plymonth ( Massachussets) em 1620, pelos "peregrinos do mayflower", puritanos que fugiam da Inglaterra devido as perseguições religiosas e que estabeleceram um pacto, segundo o qual o governo e as leis seguiriam a vontade da maioria. A partir de NewPlymonth novos núcleos foram surgindo, vinculados a atividade pesqueira, ao cultivo em pequenas propriedades e ao comércio. No entanto a intoler6ancia religiosa determinou a migração para outras regiões e assim novas colônias foram fundadas: Rhode Island e Connecticut (1636) e New Hampshire (1638). Nessa região, denominada genericamente de "Nova Inglaterra" as colônias prosperaram principalmente devido ao comércio. Do ponto de vista da produção, a economia caracterizou-se pelo predomínio da pequena propriedade policultora, voltada aos interesses dos próprios colonos, utilizando-se o trabalho livre, assalariado ou a servidão temporária.

As Colônias do Centro foram as últimas a surgirem, após a Restauração da Monarquia inglesa em 1660. A ocupação daregião ocorreu principalmente por refugiados religiosos e foi onde opensamento liberal rapidamente enraizou-se, tanto do ponto de vista político como religioso. Nova Iorque, Pensilvânia, Nova Jérsei e Delaware desenvolveram tanto a agricultura em pequenas propriedades como a criação de animais, com uma produção diversificada e estrutura semelhante à da Nova Inglaterra.



A Organização Política



As 13 colônias eram completamente independentes entre si, estando cada uma delas subordinada diretamente à metrópole. Porém como a colonização ocorreu a partir da iniciativa privada, desenvolveu-se um elevado grau de autonomia político-administrativa, caracterizada principalmente pela idéia do auto-governo.

Cada colônia possuía um governador, nomeado, e que representava os interesses da metrópole, porém existia ainda um Conselho, formado pelos homens mais ricos que assessorava o governador e uma Assembléia Legislativa eleita, variando o critério de participação em cada colônia, responsável pela elaboração das leis locais e pela definição dos impostos.

Apesar dos governadores representarem os interesses da metrópole, a organização colonial tendeu a aumentar constantemente sua influência, reforçando a idéia de "direitos próprios".



O Desenvolvimento Econômico



As características climáticas contribuíram para a definição do modelo econômico de cada região, o clima tropical no sul e temperado no centro-norte. no entanto foi determinante o tipo de sociedade e de interesses existentes. Na região centro norte a colonização foi efetuada por um grupo caracterizado por homens que pretendiam permanecer na colônia (ideal de fixação), sendo alguns burgueses com capitais para investir, outros trabalhadores braçais, livres, caracterizando elementos do modelo capitalista, onde havia a preocupação do sustento da própria colônia, uma vez que havia grande dificuldade em comprar os produtos provenientes da Inglaterra.

A agricultura intensiva, a criação de gado e o comércio de peles, madeira, e peixe salgado, foram as principais atividades econômicas, sendo que desenvolveu-se ainda uma incipiente indústria de utensílios agrícolas e de armas. Em várias cidades litorâneas o comércio externo se desenvolveu, integrando-se às Antilhas, onde era obtido o rum, trocado posteriormente na África por escravos, que por sua vez eram vendidos nas colônias do sul: Assim nasceu o "Comércio Triangular", responsável pela formação de uma burguesia colonial e pela acumulação capitalista.



A Independência dos EUA



INTRODUÇÃO



A Independência das treze colônias inglesas da América do Norte foi um movimento de grande importância, pois foi o primeiro movimento de emancipação que alcançou resultado efetivo, sendo considerada como uma das Revoluções Burguesas do século XVIII. Neste século, vários movimentos caracterizaram a ascensão da burguesia, apoiada nos ideais liberais do Iluminismo.

O ideal iluminista expandiu-se não só pela Europa, mas teve repercussões na América e no caso dos "EUA", foram as idéias de John Locke que encontraram maior eco na sociedade. Locke fora participante da Revolução Gloriosa na Inglaterra (1688-1689), ponto de partida para o Liberalismo do século XVIII, onde se originaram as idéias da existência de Leis naturais do contrato entre govrnantes e governados, da autonomia entre os poderes de Estado, do Direito à revolta e outras, consideradas pontos básicos da liberdade humana.



A SOCIEDADE COLONIAL



Apesar das tradicionais diferenças entre as colônias do "norte" e do "sul", a maioria da sociedade colonial passou a defender o ideal de emancipação, uma vez que os interesses do capitalismo inglês opunham-se frontalmente às possibilidades de desenvolvimento colonial. Esse antagonismo era percebido principalmente nas colônias do centro norte, onde já existia uma burguesia, que acumulava capitais principalmente a partir do comércio triangular e que acabou comandando o movimento de independência, contando com o apoio das demais camadas sociais, inclusive de grande parte dos proprietários rurais do sul.

Na década anterior à Guerra de Independência, podemos dizer que a sociedade estava dividida entre duas correntes políticas: os Patriotas ou Whigs, favoráveis à emancipação, mesmo que através da guerra, e os Legalistas ou Tories, fiéis ao Rei da Inglaterra, contrários à idéia de independência.

À primeira corrente pertenciam a maior parte da burguesia colonial, os pequenos prprietários, as camadas intelectualizadas, os comerciantes, artesãos, trabalhadores assalariados. Na Segunda corrente encontramvam-se os altos funcionários da administração colonial, parcela dos latifundiários do sul, alguns grupos de comerciantes e de congregações religiosas.

Se por um lado grande parte dos colonos estava influenciada pelas idéias iluministas, foi a mudança da política colonial inglesa, após a Guerra dos Sete Anos (1756 --1763), a responsável pela definição política da maioria a favor da independência.



OS INTERESSES



Apesar da importância do elemento ideológico, pesa a situação de grande opressão metropolitana, caracterizada pelo enrijecimento do pacto colonial, mesmo antes da Guerra dos sete anos. Em 1750, a Inglaterra havia proibido a produção do ferro e em 1754 proibiu a fabricação de tecidos.

Terminada a Guerra dos Sete Anos a Inglaterra adotou uma série de medidas com o intuito de tornar mais rígido o monopólio sobre as colônias, com o intuito de obter maior riqueza.

As terras a oeste, tomadas aos franceses após a guerra foram declaradas da Coroa e portanto os colonos foram proibidos de ocupa-las, frustando as espectativas dos grandes proprietários do sul, que encontravam-se constantemente endividados, na medida em que dependiam do comércio inglês.

Com o pretexto de recuperar as finaças do Estado, abaladas com a guerra com a França, os ingleses adotaram diversas leis coercitivas, que na prática serviriam para garantir o mercado colonial para os produtos de outras colônias ou comercializados por empresas inglesas, particulrmente o chá, monopolizado pela Companhia das Índias Orientais.

As principais leis coercitivas foram:

• Lei do Açúcar (1764) taxando o açúcar que não fosse comprado das Antilhas Inglesas.

• Lei do Selo (1765) obrigava a utilização de selo em qualquer documento, jornais ou contratos.

• Atos Townshend (1767) Leis que taxavam a importação de diversos produtos de consumo. Criavam os Tribunais Alfandegários.

• Lei do Chá (1773) garantia o monpólio do comércio de chá para a Cia das Índias Orientais

• Leis Intoleráveis (1774) Impostas após a manifestação do Porto de Boston, interditava o porto da cidade, imposição de um novo governador para Massachussets e aquartelamento de tropas britânicas.

• Ato de Quebec (1774) impedia que as colônias de Massachussets, Virgínia, Connecticut e Pensilvânia ocupassem terras à oeste.

As imposições fiscais, as medidas de caráter repressiva levada a efeito pelas tropas britânicas nas colônias e a influência das idéias iluministas foram responsáveis pela organização de vários movimentos de protestos e principalmente de boicotes aos produtos ingleses e ao mesmo tempo, pelo inicio do movimento de independência.



A GUERRA



Em 1774, os representantes da colônias (com exceção da Geórgia) organizaram o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, onde foi decidida a manutenção do boicote aos produtos ingleses e foi elaborada uma Declaração de Direitos e Agravos. Os colonos reivindicavam a revogação das "Leis Intoleráveis" e o direito de representação no Parlamento inglês, no entanto a Inglaterra manteve-se intransigente, não estando disposta a fazer concessões.

Na maioria das cidades formavam-se comitês pró independência que realizavam a propaganda do ideal emancipacionista e ao mesmo tempo foram responsáveis pelo armazenamento de armas e munições, julgando que o conflito seria inevitável

Em 1775 os ingleses atacaram Lexington e Concord. Os colonos organizaram um exército que seria comandado por George Washington, da Virgínia. Nesse mesmo ano reuniu-se o Segundo Congresso Continental da Filadélfia, de caráter separatista, que confirmou a necesidade de orgnização militar como meio de garantir os direitos dos colonos, confirmou G. Washington no comando das tropas e deu a Thomas Jefferson a liderança de uma comissão encarregada de redigir a Declaração de Independência.

A Declaração tem grande significado político não só porque formalizou a independência da s primeiras colônias na América, dando origem a primeira nação livre do continente, mas porque trás em seu bojo o ideal de liberdade e de direito individual, e a idéia de soberania popular, representando uma síntese da mentalidade democrática e liberal da época. No entanto, a pressão dos grandes proprietário rurais, importantes aliados na Guerra de Independência, determinou a manutenção da escravidão no país.

As tropas inglesas tentaram tomar os principais portos e vias fluviais, com o objetivo de isolar as colônias, enquanto que os colonos ao mesmo tempo que procuravam reforçar suas tropas, buscavam apoio externo: A França entrou na Guerra em 1778 e a Espanha no ano seguinte, em apoio as tropas coloniais, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra no cenário europeu.

Em 1781 as tropas coloniais e francesas derrotaram os ingleses na Batalha de Yorktown e em 1783 foi assinado o Tratado de Versalhes, segundo o qual a Inglaterra reconhecia a independência das treze colônias, agora Estados Unidos da América.

Revolução Industrial - Materia de provão - Alunos do Ensino Médio da EE Caetano Miele

Revolução Industrial

INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra, integra o conjunto das "Revoluções Burguesas" do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para Contemporânea.

Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina, e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social, e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.



A) O PROCESSO DE PRODUÇÃO



Nessa evolução, a produção manual que antecede a industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

O artesanato, foi a forma de produção característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão), possuía os meios de produção ( era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma "taxa" pelo utilização das ferramentas.

É importante lembrarmos que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura, predominou ao longo da Idade Moderna, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido a divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América, permanecendo o lucro nas mãos dos grandes mercadores. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria prima e a determinar o ritmo de produção, uma vez que controlava os principais mercados consumidores.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até numa terceira e quarta Revolução Industrial. Porém, se concebermos a industrialização, como um processo , seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos século XX e XXI, porém aspectos ainda discutíveis.



B) O PIONEIRISMO DA INGLATERRA



A Inglaterra industrializou-se cerca de um século antes de outras nações, por possuir uma série de condições históricas favoráveis dentre as quais, destacaram-se: a grande quantidade de capital acumulado durante a fase do mercantilismo; o vasto império colonial consumidor e fornecedor de matérias-primas, especialmente o algodão; a mudança na organização fundiária, com a aprovação dos cercamentos (enclousures) responsável por um grande êxodo no campo, e consequentemente pela disponibilidade de mão-de-obra abundante e barata nas cidades.

Outro fator determinante, foi a existência de um Estado liberal na Inglaterra, que desde 1688 com a Revolução Gloriosa. Essa revolução que se seguiu à Revolução Puritana (1649), transformou a Monarquia Absolutista inglesa em Monarquia Parlamentar, libertando a burguesia de um Estado centralizado e intervencionista, que dará lugar a um Estado Liberal Burguês na Inglaterra um século antes da Revolução Francesa.



C) PRINCIPAIS AVANÇOS DA MAQUINOFATURA



o Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.

o Em 1767 James Hargreaves inventa a "spinning janny", que permitia a um só artesão fiar 80 fios de uma única vez.

o Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.

o Em 1769 Richard Arkwright inventa a "water frame".

o Em 1779 Samuel Crompton inventa a "mule", uma combinação da "water frame" com a "spinning jenny" com fios finos e resistentes.

o Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.



D) DESDOBRAMENTOS SOCIAIS



A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção.Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.

O desenvolvimento das ferrovias irá absorver grande parte da mão-de-obra masculina adulta, provocando em escala crescente a utilização de mulheres a e crianças como trabalhadores nas fábricas têxteis e nas minas. O agravamento dos problemas sócio-econômicos com o desemprego e a fome, foram acompanhados de outros problemas, como a prostituição e o alcoolismo.

Os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento "ludista" (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas "trade-unions", que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.

O divórcio entre capital e trabalho resultante da Revolução Industrial, é representado socialmente pela polarização entre burguesia e proletariado. Esse antagonismo define a luta de classes típica do capitalismo, consolidando esse sistema no contexto da crise do Antigo Regime.