sexta-feira, 16 de julho de 2010

1º anos - Grécia Antiga

Grécia Antiga

1. Características. Geográficas

A Grécia antiga - chamada de Hélade pelos antigos gregos (daí helenos) – ocupava ao sul da Península dos Bálcãs, as ilhas dos Mares Egeu e Jônio e o litoral da Ásia Menor. Na Grécia Européia podemos distinguir três regiões:

• Grécia Continental - Compreendia duas sub-regiões: Épiro à oeste, e Tessália, á leste. Na Grécia Central destacavam-se a Beócia e a Ática (onde se localizava Atenas. Região de predominância montanhosa e por costas extremamente recortadas formando golfos e baías. Apenas 20% do território era formado por planícies.

• Grécia Peninsular – Península do Peloponeso Na parte peninsular encontramos uma divisão regional formada por Lacônia (onde ficava situada Esparta), Messênia e Argólida.

• Grécia Insular – Ilhas do Egeu e Jônio – abrangia as regiões da Eólia, Jônia e a Dorida

O clima mediterrâneo e a pouca quantidade de solos férteis caracterizaram a economia grega deste período pela plantação de trigo, cevada, videiras e oliveiras (vinhos e azeite) bem como a criação de gado (porcos, cabras, ovelhas e cavalos)



2.Período Pré-Homérico

2.1 Civilização Cretense

Acredita-se que por volta de 3.000 a.C., populações que habitavam a Ásia Menor navegaram até a Ilha de Creta é la se instalaram.

Costuma-se dividir a historia dos antigos habitantes de Creta em 3 períodos de civilização.

A Civilização Egeia - Foram os primeiros habitantes da Ilha de Creta, se dedicavam a pratica da agricultura e pastoreio de bois e cabras.

A Civilização Cretense - Com o crescimento das actividades comerciais, foi criada uma unidade politica, a ilha de Creta passou a ser governada por um rei.

A Civilização Minoica - Civilização que iniciou-se após a destruição das cidades cretenses, provavelmente por um terremoto. As cidades foram reconstruídas de forma mais evoluída, notando-se a evolução cultural dos cretenses.



2.1.2 A Organização da Sociedade

Ao alcançar um grande desenvolvimento econômico, formou-se uma monarquia, os governantes de Creta passaram a ser conhecidos como Mino, o mesmo que rei. Para abrigar a realeza foi construído os Palácios de Cnossos e Faístos.

O Rei Cretense exercia a função de chefe politico e religioso. Acreditasse que os cretenses formaram um sociedade com quase nenhuma diferença de classes.

Após um terremoto por volta de 1700 a.C., o Palácio de Cnossos foi reconstruído tornando-se ainda maior e rodeado por um labirinto de corredores.

Segundo a Mitologia Grega, o grande labirinto foi criado para abrigar uma criatura selvagem metade homem e metade touro, o Minotauro.

Com o crescimento da sociedade os cretenses desenvolveram a escrita. Foram encontrados placas de argila que continham uma escrita pictográfica muito parecida dos egípcios, batizada de "Linear A". Havia também uma escrita grega antiga, baptizada de "Linear B".

Para melhor se protegerem de ataques de povos invasores, foi criado um Exército composto por tropas terrestres e marinha de guerra.







2.13 Economia

Os cretenses alcançaram um grande desenvolvimento econômico graças ao comercio maritmo. Eles comercializavam produtos na região balcânica e na Ásia Menor, porta de entrada comercial para o Oriente.

Na agricultura eles deram importância para o cultivo de cereais, videiras, oliveiras. Os principais produtos comercializados por eles eram jóias, tecidos, armas e objetos feitos de bronze.



2.14 O Declínio de Creta

Após ser acometida por catástrofes da natureza como terremotos, erupção de vulcões e tsunamis, a sociedade cretense ficou enfraquecida e incapaz de defender-se de incursões invasoras de outros povos. Por volta de 1400 a.C, Os indo-europeus invadiram a Ilha de Creta e conseguiram dominar toda a região. Primeiro foram os Aqueus, depois vieram os Dórios.

Os cretenses foram os responsáveis pela formação da Civilização Grega. Ao Invadirem Ilha de Creta os indo-europeus (aqueus, dórios, eolios e jonios), assimilaram os costumes dos povos locais passando a difundi-lo por toda a Península Balcânica e litoral da Ásia Menor.



2.2 A Invasão Dórica e a Primeira Diáspora Grega

O processo de formação da civilização grega conta com uma interessante história onde observamos todo o processo de ocupação das várias regiões que integram a chamada Península Balcânica. De fato, não podemos pensar a Grécia Antiga como portadora de uma civilização homogênea no momento em que assinalamos a contribuição dos vários povos que integram o processo de formação da Hélade. Dos cretenses até os dórios, temos um longo caminho a percorrer no eixo espaço-temporal.

Além de dominar praticamente todo o espaço balcânico, notamos que os gregos também formaram outras cidades e centros de colonização que abrangiam pontos das ilhas do Mar Egeu, porções litorâneas da Ásia Menor, a Península Itálica, o Norte da África e as proximidades da Península Ibérica. Para compreendermos o espalhamento dos gregos por todo esse espaço, é necessário contemplar os primeiros tempos que norteiam a história pregressa da civilização grega.

O primeiro evento que marca a expansão dos povos gregos começa a se desenhar no século XV a. C., quando os aqueus dominaram a ilha de Creta e deram origem à chamada civilização micênica. Antes dessa fusão de ambas as civilizações, também temos que salientar a chegada de outras tribos indo-europeias à região continental da Grécia. Entre 2000 a.C. e 1200 a.C., eólios e jônios atingiram a Península Balcânica estabelecendo diversos pontos de ocupação humana.

Por volta do século XII a.C., os dórios empreenderam um violento processo de ocupação dos Bálcãs que estabeleceu uma profunda desarticulação dos hábitos e instituições firmados pela civilização creto-micênica. Adeptos ao nomadismo e detentores de uma tecnologia bélica visivelmente superior a dos outros povos da região, os dórios foram os responsáveis diretos pela dispersão das comunidades aqueias, eólias e jônicas para outros territórios.

Esse evento marcou a Primeira Diáspora Grega, tempo em que as populações atingidas pela invasão dórica ocuparsm novas terras no litoral da Ásia Menor e de outras ilhas situadas ao longo do Mar Egeu. Tal mudança foi acompanhada pelo enfraquecimento das atividades comerciais existentes na região, o fortalecimento das comunidades agrícolas e o esvaziamento de tantas manifestações artísticas e culturais anteriormente observadas.





3. Período Homérico

Período Homérico, compreende o período entre os séculos XII e VIII a.C. ficou marcado pela constituição das comunidades gentílicas. Tais comunidades foram voltadas para o desenvolvimento de atividades agrícolas e a exploração coletiva das terras. Em período de tempo relativamente curto, o desenvolvimento dessas comunidades promoveu um incremento populacional que acabou abrindo caminho para diversas disputas pelo controle das terras cultiváveis.

Nesse momento, o uso coletivo das terras acabou perdendo espaço para um grupo social mais próximo à figura do pater, que no interior dos genos tomava as decisões políticas de maior peso. Com isso, uma elite de proprietários de terras começou a se fortalecer sob o aspecto político-econômico e, consequentemente, impôs a marginalização de uma ampla população que não partilhava do mesmo prestígio junto à nova classe dirigente e, por conseguinte, não tinha acesso a terra.

Foi nesse momento que diversas populações saíram do interior dos genos para buscarem outras regiões com terras cultiváveis. Dava-se início à deflagração da Segunda Diáspora Grega, quando a população marginalizada pela crescente apropriação de terras passou a se lançar pelas regiões do Mar Negro e da Península Itálica em busca de regiões onde pudessem buscar sua sobrevivência. Com isso, a civilização grega se estabeleceu ao longo de várias colônias que superavam os limites do Mar Egeu.



4. Período Arcaico



4.1 Introdução

Não há uma datação fixa ou universalmente aceita para o início ou fim do período arcaico grego. Geralmente chama-se "Grécia Antiga" a todo o período da história grega anterior ao Império Romano, enquanto "Grécia Arcaica", termo usado pelos historiadores, refere-se especificamente a um dos períodos da antigüidade grega.

A Grécia arcaica é considerada pela maioria dos historiadores como uma cultura que representou o fundamento da civilização ocidental. A cultura grega foi uma influência poderosa no Império Romano, que levou a muitas partes da Europa uma versão dessa cultura. A civilização da Grécia arcaica foi de influência pujante no mundo moderno, em diversos aspectos culturais, como língua, política, educação e escolaridade, filosofia, arte e arquitetura, principalmente durante a Renascença na Europa Ocidental, e, novamente, durante vários revivals néo-Clássicos no séculos XVIII e XIX d.e.c. tanto na Europa como nas Américas.

A unidade política básica na Grécia arcaica era a pólis (πόλις), geralmente traduzida como cidade-estado. A própria palavra "política" (em grego, τα πολιτικά, assuntos públicos ou assuntos do Estado) significa "assuntos da pólis". Cada cidade era independente, ao menos em teoria. Algumas cidades poderiam ser subordinadas a outras (como uma colônia tradicionalmente acedendo à sua cidade-mãe), outras poderiam adotar formas de governo inteiramente dependentes de outras cidades (os Trinta Tiranos de Atenas foram impostos por Esparta ao fim da Guerra do Peloponeso), mas o título de poder supremo de cada cidade encontrava-se nelas próprias. Isso significa que quando a Grécia entrava em guerra (p.ex., contra o Império Persa), era como se uma aliança entrasse em guerra. Tal característica, por outro lado, também deu ampla oportunidade para guerras dentro da própria Grécia, entre cidades diferentes.



4.2 Atenas

Atenas formou-se a partir de uma miscigenação entre os jônios e os primeiros habitantes da Ática, no século VIII a.C. Estava situada na península Ática, cidade jônica.

Para ser considerado Ateniense era necessário ser filhos de pai e mãe ateniense, ou seja, quem não tinha descendência ateniense poderia usar do que a cidade oferecia, mas não poderia ter total naturalidade (ateniense).



4.2.1 Organização primitiva de Atenas

A primeira forma de governo ateniense foi a monarquia. Nessa época, Atenas era governada por um rei (Basileus), com plenos poderes de sumo-sacerdote, juiz e chefe militar, auxiliado por um Conselho de Anciãos (Areópago). Havia também uma Assembléia do Povo.

• A sociedade era dividida em classes sociais: os eupátridas eram os aristocratas;

• os geomores eram formados pelos pequenos proprietários rurais;

• os demiurgos eram os pequenos artesãos;

• os estrangeiros (metecos), considerados livres e sem direitos políticos;

• os escravos adquiridos por meio de guerras, de comércio e por dívida constituíam a base de toda a produção econômica.

Em meados do século VIII a.C., a monarquia começou a se deteriorar em função da concentração das terras nas mãos dos eupátridas, o que lhes garantia maior poder. Nesse período, a monarquia foi substituída pela oligarquia, chamada de Arcontado, que era constituído por nove arcontes eleitos pela aristocracia territorial e escravista. Num primeiro momento, o mandato dos arcontes durava dez anos; depois, foi reduzido para um ano.

As principais funções do arcontado eram: Epônimo, função de administrador; Basileus, função religiosa; Polemarca, função militar; e o Tesmoteta, função de juiz.



4.2.2 As Reformas de Drácon e Sólon

As leis, nessa época, eram consuetudinárias (costumeiras) e eram aplicadas pelo Conselho dos Anciãos. Levantaram-se gritos de desespero oriundos do povo e ameaças de revolução, colocando em risco o poder político dos eupátridas. Surgiu, dessa forma, o código de leis escritas draconianas (elaboradas por Drácon).

Sólon foi eleito arconte em 594 a.C., com a ajuda dos comerciantes e artesãos ricos que lhe concederam poderes para realizar reformas, entre as quais destacam-se:

• a criação do Conselho dos Quatrocentos (Bulé), responsável pela elaboração das leis, com admissão dos membros da classe média;

• criação de um supremo tribunal de recursos (Tribunal dos Heliastas), aberto a todos os cidadãos e eleito por sufrágio universal masculino;

• proibição da escravidão por dívida;

• instituição de uma nova cunhagem de moedas (Drácman).



4.2.3 A Tirania

Em 560 a.C., Psístrato foi eleito com a ajuda do povo e do exército. Justificando a fama de déspota benevolente, protegeu a cultura, reduziu o poder da aristocracia e elevou o padrão de vida dos atenienses da classe média. Seu sucessor, Hípias, foi um opressor vingativo.



4.2.4A Democracia Ateniense

Clístenes foi eleito arconte, após a derrubada de Hiparco, com a ajuda das massas. Governou Atenas de 508 a 502 a.C. Suas principais reformas foram:

• Criou a Democracia (governo do povo).

• Aumentou o número de cidadãos.

• Criou o Conselho dos Quinhentos, cujos membros eram escolhidos por sorteio.

• Aumentou a autoridade da Assembléia do Povo;

• Instituiu o Ostracismo, pelo qual o cidadão considerado perigoso ao Estado era exilado por dez anos, sem o confisco de bens.



4.3 Esparta

Esparta surgiu por volta do século IX (a.C.), na fértil região da Lacônia, próximo ao litoral do mar Egeu. Em Esparta, diferentemente das outras cidades gregas, não houve transformações políticas, econômicas, sociais e culturais. Isso se deve, em parte, ao seu isolamento.

É localizada no sudeste do Peloponeso, cercada por muitas montanhas. Foi conquistada pelos Dórios, invadida pelos Aqueus e habitadas pelos povos chamados: Pelasgos. Houve em Esparta muitas guerras para que fosse conquistado o solo, ou seja, as guerras em Esparta se deram por três motivos:

• Necessidade de outras terras;

• Abater o poder de um país sobre o seu;

• Aumentar as tropas militares, auxiliares ou aliadas.

Assim como em Atenas, a nacionalidade de Esparta, também era permitida somente para quem fosse descendente de uma pessoa naturalizada da cidade. A educação em Espartas era visada somente para formar soldados.



4.3.1 Organização Política

As instituições sociopolíticas espartanas foram atribuídas a um legislador lendário, Licurgo, que teria recebido as instruções do deus Apolo. A organização do Estado Espartano era assim constituída:



• Dois Reis (Basileus): um era o chefe militar; o outro, religioso.

• Senado (Gerúsia): o conselho dos anciãos.

• Assembléia do Povo (Ápela): caráter deliberativo.

• Eforado: cinco anciãos escolhidos na Gerúsia para governar.



4.3.2 Organização Social

A população de Esparta dividia-se em três classes principais:

• A camada dominante era constituída dos esparciatas ou descendentes dos primeiros conquistadores; somente eles tinham direitos políticos.

• Em segundo, vinham os periecos (que moravam em redor da cidade) e tinham permissão de comercializar e dedicar-se à manufatura, mas não tinham direitos políticos.

• Os hilotas, parte da população submetida a um trabalho compulsório e a um tratamento, muitas vezes, vergonhoso.



4.3.2.1Disciplina Militar

Os cidadãos espartanos eram condenados a uma existência de privações: na maior parte de suas vidas, estavam submetidos ao serviço militar.

A educação masculina era dedicada ao serviço militar, que começava aos sete anos, quando os homens eram submetidos a açoite, a fim de enrijecê-los para os deveres da guerra. Entre os vinte e os sessenta anos, os homens estavam a serviço do Estado, que regulava minuciosamente a vida de seus cidadãos: além da educação dos jovens, preocupava-se com o casamento, obrigatório para os celibatários (lei Atímica).

As mulheres espartanas eram preparadas fisicamente para se tornar mães de espartanos sadios. Praticavam ginástica e participavam de jogos esportivos. Gozavam de maior liberdade que as demais mulheres do mundo grego, o que se explica pela freqüente ausência do homem e pela necessidade de administrar o patrimônio familiar.



4.3.3 Organização Econômica

A organização econômica de Esparta visava garantir a eficiência militar e a supremacia dos esparciatas. As melhores terras (também os hilotas que trabalhavam e sustentavam toda a sociedade) eram propriedades do Estado.



4.3.4 Política Externa

Com relação à política externa, no fim do século VI a.C., Esparta dominou quase todo o Peloponeso, formando, juntamente com Corinto, Mégara, Égina e outras, a Liga do Peloponeso. Essa aliança militar, da qual não participava Argos, sua arqui-rival, transformou-se em um instrumento de dominação espartana.





5. Período Clássico



5.1 Introdução

O Período Clássico é também identificado como “Período das Hegemonias” por causa do revezamento de soberania que ocorreu entre as cidades-estado Atenas e Esparta. Essa fase da história da Grécia Antiga, entre os séculos VI e IV a.C., é identificada como a mais gloriosa dos gregos, mesmo sendo também um período de muitas guerras.

5.2As Guerras Médicas

O Período Clássico da história da Grécia Antiga é repleto de conflitos. Logo no início do período houve uma série de enfrentamentos entre os gregos e os persas. Em 490 a.C. o rei persa, Dario I, declarou guerra contra os gregos por causa da revolta gerada na Jônia em consequência da conquista dos persas. A atitude de Dario I foi uma tentativa de punição ao comportamento de suas novas colônias, para isso invadiu a Hélade. Entretanto os gregos derrotaram os persas. Dez anos depois o filho de Dario I, Xerxes I, lidera os persas para mais uma ataque aos gregos, mas acabam derrotados novamente. Insistentes, os persas tentam a vitória através de uma terceira guerra em 468 a.C. e tornam a sair derrotados. Esta última derrota fez com que os persas assinassem um tratado reconhecendo a superioridade dos gregos no Mar Egeu. Todos esses momentos são capítulos das chamadas Guerras Médicas.

Entre a segunda guerra médica e a terceira os atenienses lançam a pedra fundamental de sua hegemonia por muitos anos, trata-se da criação da Liga de Delos. A Liga de Delos foi capitaneada por Atenas com o propósito de reunir as cidades gregas e se organizaram para o caso de uma nova invasão dos persas. As cidades que integravam a Liga ou Confederação de Delos comprometiam-se a pagar tributos anuais e a ceder homens e barcos em caso de conflitos. Mesmo com os persas totalmente derrotados na terceira tentativa de invasão, a Liga de Delos permaneceu e com o tempo a cidade-estado de Atenas começou a utilizá-la em benefício próprio. Com isso Atenas se enriqueceu e modernizou, espalhando sua superioridade sobre as cidades gregas e as colônias na Ásia Menor.

É durante o período de hegemonia de Atenas que se destaca um dos mais ilustres atenienses, Péricles. O governo de Péricles foi responsável por ampla modernização, ampliação dos vínculos comerciais, enriquecimento e disseminação dos padrões políticos de Atenas. Tamanho foi o impacto do governante que o século V a.C. ficou conhecido como “Século de Péricles”.



5.21 Liga de Délos X Liga do Peloponeso

O imperialismo ateniense já estava consolidado, especialmente em consequência do governo de Péricles. Atenas decide então transformar as contribuições anuais que eram feitas pelas cidades integrantes da Liga de Delos em impostos e ainda proíbe que as mesmas abandonem a Confederação. Tal posicionamento gerou a insatisfação de algumas cidades, em especial Esparta. As cidades inconformadas se uniram sob a liderança de Esparta para contestar o imperialismo ateniense e fundaram a Liga do Peloponeso. Não tardou para que as duas ligas, a Liga de Delos e a Liga do Peloponeso, se confrontassem. A Guerra do Peloponeso (431 a.C. – 417 a.C.) colocou em choque o modelo político democrático de Atenas e o modelo político oligárquico militarista de Esparta. A tradição militar desta foi decisiva no tocante dos conflitos e foi responsável por colocar fim à hegemonia ateniense, inaugurava-se então a fase de imperialismo espartano na Grécia.

A fase de superioridade de Esparta no mundo grego não durou muito tempo, já encontrava em expansão o Império Macedônico na mesma época. Os gregos consideravam os macedônicos bárbaros por não falarem a língua clássica, mas mesmo assim muitos nobres da Macedônia assimilaram costumes gregos. O Império Macedônico e as cidades gregas, lideradas por Esparta, entram em guerra e mesmo com toda a tradição militar espartana não foi possível evitar a derrota para os macedônicos em Queroneia. Filipe e Alexandre, seu filho, conquistaram a Grécia continental e encerraram o Período Clássico da Grécia. Alexandre, o Grande, assumiu o Império da Macedônia quando seu pai morreu assassinado e dá continuidade ao projeto de expansão que visava conquistar todo o mundo persa. Carregando a incorporação de costumes gregos, surgiu a cultura helenística que associava a cultura grega com a macedônica.



6. Período Helenístico



Alexandre, o Grande, empreendeu a formação do Império Macedônico.

No século IV a.C., os conflitos causados pela Guerra do Peloponeso deixaram as cidades-Estado gregas gravemente desgastadas. Sem condições de garantir a autonomia de seus territórios, elas tornaram-se uma presa fácil para povos estrangeiros. Ao norte da Grécia, a civilização macedônica começava a empreender um projeto expansionista que, em pouco tempo, foi capaz de assegurar o controle sobre o mundo grego. A partir desse processo de dominação que se iniciou o chamado Período Helenístico.

No ano de 356 a.C., Filipe II tornou-se rei da Macedônia. Frente ao governo, Filipe foi responsável por uma reforma agrária que confiscou terras dos grandes proprietários e redistribuiu as mesmas entre os camponeses. Tal medida, ao mesmo tempo em que afastou as elites macedônicas do governo, engrossou as fileiras dos exércitos macedônicos formados por indivíduos de origem popular. Com isso, o rei Filipe II criou as condições necessárias para o alargamento de seus territórios.

Inicialmente, os exércitos macedônios conquistaram as regiões da Potidêia, Antifípolis e Pidna, anteriormente controladas pelos atenienses. Tempos depois, executou um plano de alianças políticas que incentivaram a desunião política das cidades-Estado gregas. Antevendo as pretensões de Filipe II, o orador ateniense Demóstenes, em seus discursos conhecidos como Filípicas, alertou sobre as intenções do governo macedônio. No entanto, a preparação militar dos macedônios já era avançada. Na Batalha de Queronéia (338 a.C.), os exércitos de Filipe derrubaram os atenienses e tebanos.

Enquanto preparava um novo exército para levantar-se contra os persas, Filipe II foi assassinado por um aristocrata coríntio, em 336 a.C. Com sua morte, o trono foi disputado pelos filhos de Filipe e as cidades-Estado gregas empreenderam uma revolta contra o Império Macedônio. Foi nesse momento que Alexandre Magno, filho de Filipe, derrotou a revolta grega liderada pela cidade de Tebas. Para vencer seus irmãos, possíveis herdeiros do império, Alexandre organizou um banquete onde ordenou os assassinatos.

Respeitando as tradições do povo grego, Alexandre se proclamou líder supremo dos gregos e tomou para si a missão de libertar os povos balcânicos da dominação persa. Graças à sua notória habilidade militar, Alexandre iniciou um notável processo de expansão que controlou as regiões da Pérsia, do Egito, chegando a fixar seus territórios até as regiões próximas da Índia. Alexandre, dessa forma, consolidou um vasto império.

Ao impor seu domínio, Alexandre teve habilidade de consolidar uma ação política capaz de evitar levantes contrários ao seu governo. Respeitando e incorporando as tradições dos povos por ele conquistados, empreendeu um conjunto de alianças responsável pela manutenção de seus territórios. Tendo sua formação educacional influenciada pela cultura grega e admirador dos valores dos povos orientais, Alexandre desejou conceber uma nova civilização.

O helenismo foi uma política de fusão de diferentes culturas, principalmente a grega, persa e egípcia. Entre outras ações, Alexandre desposou a princesa da Pérsia e incentivou o casamento de seus soldados com mulheres orientais. Ao mesmo tempo, criou novos centros urbanos (Alexandria, Antioquia, Pérgamo) irradiadores da cultura clássica e Oriental. Bibliotecas, estudos científicos, obras filosóficas, teorias matemáticas e esculturas representavam os maiores dos avanços empreendidos pela cultura helenística.

Morto aos 33 anos, Alexandre não deixou um herdeiro direto para o trono macedônio. Isso favoreceu a disputa entre os principais generais que lideravam os exércitos do Império Alexandrino. Ao final da disputa, os territórios acabaram sendo divididos entre os generais Antígono, Ptolomeu e Seleuco. O processo de desintegração enfraqueceu militarmente esses novos reinos, que acabaram conquistados, nos século II e I a.C., pelos romanos.